Entrevista Dred

DRED

Dantas: Boas Dred, como foram os teus primeiros contactos com o Hip Hop? E quando decidiste trabalhar nele?

Dred: A primeira vez que tive contacto com o Rap tinha eu 15/16 anos e conheci Cypress Hill. Na altura já apreciava ondas mais pesadas e como tal senti bastante empatia com o som deles, tal empatia nasce com a junção que eles faziam com guitarras e Rap, ainda hoje é um grupo de eleição para mim! Os primeiros passos que dei foi por volta de 2006
dei o primeiro concerto em 2007 e esse mesmo vicio acompanha-me ate hoje.

Dantas: Quem é o Dred?
Dred: O Dred é um rapaz humilde que faz o que sente, viciado em fazer som e independentemente de tudo com muito gosto e dedicação em tudo que faço.

Dantas: Como surgiram os Tráfico Hardcore?
Dred: Os Tráfico Hardcore surgiram de um projetoja existente: Dred vs Dj Hipe. Com os anos o nosso grande amigo Destruidor (T-Jay) começou acompanhar-me nos concertos dando-me segundas vozes. Foi uma agradável surpresa pois somos bastante compatíveis, com a mesma garra e isso faz-me sentir bastante bem em palco. Desde de 2015 que tocavamos ao vivo, e daí eu mais o meu irmão Hipe decidimos dar um novo nome ao nosso projeto.

Dantas: Como achas que tem sido o feedback dado pelo pessoal?
Dred: O feedback tem sido positivo, o pessoal tem sentido o álbum. Temos conseguido espalhar o mesmo por vários cantos do Mundo como: Brasil, França, Holanda, Alemanha e Canadá. Fico bastante grato pois esta a ser melhor do que aquilo que pensavamos.

Dantas: Visto que também pintas, achas que o pessoal do Rap está ligado e olha para o Graff, ou cada um faz o seu trabalho e esquecem que ambos pertencem ao Hip Hop?
Dred: Desde já grandes props para estas crews de graff NSK, CVS, HMK, CPH e 172 por manterem o espírito vivo! Na minha opnião acho que estas duas vertentes estão verdadeiramente ligadas, contudo sei que hoje em dia existem pessoas que escolhem praticar apenas uma dessas vertentes sem ter que praticar a outra o que para mim não é irrelevante o que importa é o nosso movimento.

Dantas: Em relação ao Rap como achas que vai a cena em Portugal?
Dred: Na minha opinião bastante fraco e muito pouco reconhecido. Temos bons trabalhos, não digo que não, mas já não se vê o verdadeiro sentido do RAP, hoje em dia o que conta são as views e não a verdadeira essência de cada um.

Dantas: Tens alguma influência ou referência no Rap?
Dred: Tenho algumas. Todos os dias os oiço, aliás, tudo que seja verdadeira música é influência para mim.

Dantas: Qual foi o palco que tiveste mais prazer em atuar? E como ouvinte o melhor evento?
Dred: No Pin Up, um bar no Porto onde as condições para tocar não eram grande coisa mas o pessoal e todo aquele espírito fez com que isso passa-se para segundo plano pois para mim isso vale mais que tudo. Como ouvinte o melhor evento foi quando vi Psycho Realm pela primeira vez sendo estes uma das minhas grandes referências.

Dantas: Sobre o Graff, achas que vai bem a cena?
Dred: Acho que sim, o pessoal tem representado bem, cada um à sua maneira mas sempre a espalhar tinta.

Dantas: Queres contar um episódio engraçado com a polícia?
Dred: Por acaso já tive alguns mas nenhum engraçado...

Dantas: O que tens a dizer ao pessoal mais novo na cena?
Dred: Que o importante é fazer o que sentimos sem achar que tem que ser igual ao do vizinho. Estamos num mercado muito pequeno, que nem vale a pena, porque são poucos que vivem disto. Então porque não fazermos o que realmente sentimos? E mais união? Estamos aqui todos para o mesmo, ou não?

Dantas: Projetos teus para breve, queres deixar o adiantamento de algum?
Dred: Estamos a trabalhar na reediçao do Juízo Final porque é um trabalho que gostamos bastante e sabemos que agora as nossas capacidades foram aguçadas. Sinto que os sons estão mais soltos, mas para já nada em concreto.

Dantas: Muito obrigado por aceitares o convite Dred! Estamos juntos, EFHH!
Dred: Obrigado eu e continua aí na luta que este movimento precisa de pessoas como tu!